A Bacia do São Francisco tem presença marcante na história do território brasileiro. Foi através do São Francisco que ocorreu a ocupação das terras mais distantes do litoral. O "Velho Chico" corre por paisagens muito diferentes. Em sua nascente e
foz o rio recebe muita água das chuvas, mas, na maior parte do seu
curso, flui por áreas secas do sertão nordestino e mineiro. Daí a sua importância para a população sertaneja que vive perto da sua margem.
Além da pesca, bastante comprometida com a construção de barragens
para a produção de energia, as margens do São Francisco garantem à
população sertaneja a prática da agricultura de subsistência. É a
agricultura de vazante (época que o rio tem menos água). As margens são
invadidas pelo rio na época da cheia e nela é depositado o húmus que
mantém os solos férteis. Quando chega a estiagem (período mais seco) é
feito o cultivo e a colheita é programada antes da nova cheia. Esse
ciclo se repete a cada ano.
O médio curso, bastante plano, sempre permitiu uma navegação natural do porto de Pirapora em Minas Gerais até Juazeiro (Bahia) e Petrolina (Pernambuco). Esse trecho era percorrido por uma tradicional embarcação, a Barca do São Francisco.
No alto curso, opera a usina de Três Marias, que além de produzir
energia controla a vazão das águas que correm em direção ao sertão. Na
época de seca, libera-se maior quantidade de água, ou ela é retida na
estação inversa para impedir o alagamento das margens. No baixo curso, várias usinas foram construídas e atendem a vários
estados nordestinos: Paulo Afonso (formado por um complexo de quatro
usinas), Xingó e Itaparica. Essas usinas transformaram a bacia do São
Francisco na segunda em produção de energia, abaixo apenas da Bacia do Paraná.
O alto e baixo curso são os mais favoráveis à obtenção de energia,
pois são os trechos de maior declividade. No entanto, na década de 1970,
um grande empreendimento surpreendeu pela inviabilidade técnica: a
usina de Sobradinho, situada no Estado da Bahia no último trecho plano
do rio. Pelas condições naturais em que foi construída, causou um forte
impacto ao meio ambiente e graves problemas sociais.
Formou-se em Sobradinho a maior represa artificial brasileira. As
suas águas cobriram alguns povoados e provocaram o deslocamento de
milhares de pessoas que dependiam do rio para viver.
Contudo, após a conclusão da represa, milhares de agricultores vindos
de partes diferentes do país começam a ocupar a região onde foi
desenvolvido um vasto projeto de irrigação das terras sertanejas que a
circundam. Transformou-se numa das mais promissoras áreas da
fruticultura brasileira, onde se cultivam melões, abacaxis, mangas, uvas
e outras frutas. Hoje, parte dessa produção é exportada.
Em 2005, teve início o polêmico projeto de transposição das águas do
São Francisco, que pretende transportar a água do rio para alimentar
açudes, rios temporários, irrigação, além de abastecimento urbano. Esse
projeto atenderá, caso concluído, os Estados do Ceará e Rio Grandedo Norte, numa rede de canais que formarão o Eixo Norte, e os Estados de Pernambuco e Paraiba, através dos canais que formarão o Eixo Leste.
FONTES:
http://siscom.ibama.gov.br/msfran/index.php?page=a-bacia-do-sao-francisco
http://pt.wikipedia.org/wiki/Bacia_do_rio_S%C3%A3o_Francisco
http://educacao.uol.com.br/geografia/bacia-sao-francisco.jhtm
http://www.suapesquisa.com/geografia/bacia_rio_sao_francisco.htm
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